quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Sopro de rosas


Era uma tarde calma de Sol. Em uma casa simples, em um bairro afastado, onde a vegetação ainda se faz presente de forma mais abundante do que o concreto. Uma jovem estava cuidando dos afazeres domesticos enquanto seu filho mais novo, com apenas 3 meses de vida, repousava em seu berço depois de ter sido carinhosamente banhado e alimentado.

O berço da criança era protegido por uma espécie de rede que o cobria para evitar que insetos pudessem alcançá-lo enquanto dormia.
A casa simples era composta por uma cozinha, que servia como sala de jantar, um banheiro, e um quarto, que fazia as vezes de sala de estar, e era nesse cômodo que o berço repousava.


Depois de terminar suas tarefas na cozinha, a jovem mãe foi para o lado de fora da casa, acendeu um cigarro e enquanto passava pela janela do quarto, onde estava seu filho, sentiu um sopro cheirando a rosas passando por ela em direção à janela. No mesmo instante, teve a forte impressão de ver um brilho de luz, como se fosse um raio de Sol, brilhando também em direção à janela.

Com o susto, a jovem jogou fora o cigarro, e correu de volta para dentro de casa, pensando em seu filho sozinho no quarto.
Sentiu um alívio ao ver que ele continuava dormindo tranquilamente, mas sentiu uma forte necessidade de abraçá-lo, então, afastou a tela de proteção e o pegou em seus braços.
Ainda tentando se acalmar, sentindo seu filho em seus braços, olhou de relance para o interior do berço, e sentiu um calafrio subindo pela espinha ao perceber uma mancha escura ao lado do travesseiro onde segundos atrás repousava seu pequeno filho.

Em alerta, ela colocou o bebê em sua cama, tirou ambos os chinelos de seus pés e os segurou em suas mãos.
Se aproximou no berço, e seu coração disparou ao perceber que havia uma grande aranha escura e cheia de pêlos no berço do seu filho.
Seu instinto materno protetor fez o trabalho, e em alguns instantes a jovem estava carregando o corpo inerte do aracnídeo para fora de casa.

Passou o resto da tarde velando o sono do filho, mas nunca foi capaz de entender que sopro de rosas havia sido aquilo que a alertou sobre perigo iminente à seu filho.

Originalmente postado em Eduardo Fernandes

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