quinta-feira, 28 de junho de 2007

O Concílio de Nicéia

325 D.C – É realizado o Concílio de Nicéia, atual cidade de Iznik, província de Anatólia ( nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor ), na Turquia asiática. A Turquia é um país euro-asiático, constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Este foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus ( 285 - 337 d.C ), filho de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Gália ( atual França ) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano.

Desde Lúcio Domício Aureliano ( 270 - 275 d.C ), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renúncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém, Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição aos cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relançar, através da Igreja, a unidade religiosa do seu Império. Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio, fortalecer a monarquia do seu governo.

Na verdade, Constantino observara a coragem e determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários ( 10% da população do império ), os cristãos se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império : Tomando os cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Em 325, já como soberano único, convocou mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.

E o momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu nesse Concílio. Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado ( doutrina de Arius ) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai ( doutrina de Atanásio ). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" ( isto é, a mesma entidade existente ) do Pai. Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados.

Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina.

O Concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius, com alguns seguidores, em especial Eusébio, de Nicomédia ; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais líderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria. Na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos : Alexandre, de Alexandria ; Eustáquio, de Antioquia e Macário, de Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt ( Bichvinta, reino de Egrisi ). O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias : Marcus, da Calabria ( Itália ) ; Cecilian, de Cartago ( África ) ; Hosius, de Córdova ( Espanha ) ; Nicasius, de Dijon ( França ) e Domnus, de Stridon ( Província do Danúbio ). Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império. Dos 318, poucos eram da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo, tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor, Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse.

As sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo. O Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte.

Mas a decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e até rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário. Posteriormente, 90 bispos elaboraram outro credo ( O "Credo da Dedicação" ) em, 341, para substituir o de Nicéia. (...) E em 357, um Concílio em Smirna adotou um credo autenticamente ariano.

Portanto, as orientações de Constantino nessa etapa foram decisivas para que que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia, ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente instituição da Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele.

A concepção da Trindade, tão obscura, tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador, um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo concílio de Nicéia.

Os teólogos justificaram essa doutrina estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a seguinte expressão sobre Jesus Cristo : “Gerado, não criado”. Mas, se foi gerado, Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno ! Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez porque já não interessassem tanto a uma religião agora sócia do poder Imperial Romano.

Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu ( depois de ser batizado por um bispo arianista ), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio.

Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodósio ( um trinitarista ) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram convidados a participar. Cento e cinquenta bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Com a exclusiva participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese, foram expulsos da Igreja e excomungados.

Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". A política do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.

As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro Imperador Cristão, mas seu "cristianismo" tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte.

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Chico Xavier

Francisco Cândido Xavier, mais conhecido popularmente por Chico Xavier, (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 — Uberaba, 30 de junho de 2002) foi um médium brasileiro e célebre divulgador do Espiritismo no Brasil.
Nascido em Pedro Leopoldo, cidade do interior de Minas Gerais, era filho de Maria João de Deus e João Cândido Xavier. Educado na fé católica, Chico teve seu primeiro contato com a Doutrina Espírita em 1927, após fenômeno obsessivo verificado com uma de suas irmãs. Passa então a estudar e a desenvolver sua mediunidade que, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, somente ganhou maior clareza em finais de 1931.

A mediunidade de Chico manifestou-se aos 4 anos de idade, ele via (clarividência) e ouvia (clariaudiência) os espíritos e conversava com eles. Aos 5 anos conversava com a mãe, já desencarnada.

Chico Xavier psicografou quatrocentos e doze livros. Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Dizia reproduzir apenas o que os espíritos lhe ditavam. Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros, mais de 20 milhões de exemplares. Cedeu os direitos autorais para a FEB (Federação Espírita Brasileira), organizações espíritas e outras instituições de caridade, desde o primeiro livro.

Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Paulista do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira.

Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932. O de maior tiragem foi Nosso Lar, com mais de um milhão e quinhentos mil cópias vendidas (2005), atribuído ao espírito André Luiz, primeiro volume da coleção que leva o nome deste, e que mais tarde contaria com a parceria do médico mineiro Waldo Vieira, que hoje é o propositor das ciências Conscienciologia e Projeciologia, e mora em Foz do Iguaçu, onde está trabalhando no CEAEC para a confecção da Enciclopédia da Conscienciologia.

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim"

Chico Xavier

Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de "Maurício" teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.
Chico é lembrado principalmente por suas obras assistenciais em Uberaba, cidade onde faleceu em Julho de 2002. Nos anos 70 passou a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação. Ficou muito conhecido no Brasil, especialmente nos últimos anos, por sua benevolência e assistência ao próximo.
O mais conhecido dos espíritas brasileiros teve relevante contribuição para expandir o movimento espírita brasileiro e encorajar os espíritas a revelarem sua adesão à doutrina de Allan Kardec. Sua credibilidade serviu de incentivo para que médiuns espíritas e não-espíritas realizassem trabalhos espirituais abertos ao público.

Chico Xavier faleceu aos 92 anos de idade em decorrência de parada cardíaca. Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país estaria em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu desencarne. O país festejava a conquista da Copa do Mundo de Futebol no dia de seu falecimento.

Wikipédia

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Poltergeist

Entende-se como "poltergeist" o conjunto de fenômenos produzidos espontâneamente, que consiste em ruídos ou deslocamento de objetos, podendo ter a duração indeterminada. A tradução da palavra é "espírito barulhento" ou "espírito que bate".

Casos de poltergeist datam de 530 da nossa Era até os dias atuais e são caracterizados por sons misteriosos ou atividades psicocinéticas feitas pelo inconsciente, denominado como "hóspede desconhecido".Os objetos na maioria das vezes estão quentes (na Inglaterra, em uma ocasião, a temperatura passava de 100C).

Já foram vistos projéteis que chegavam à casa rapidamente diminuindo a velocidade, caindo, sem bater em nada. Também foram registrados casos de móveis pesados derrubados ou mesmo peças pequenas, como bibelôs deslocados de um móvel e pousados com delicadeza em outro lugar.

Os fenômenos de poltergeist mais comuns são ruídos de passos ou correria, anormalidade nas instalações elétricas ou telefônicas, abertura de portas, inclusive de armários, clarão ofuscante, vozes, sopros gelados, odores perfumados, fenômenos incendiários, estouro de lâmpadas elétricas, etc.

Na França são registrados oficialmente um fenômeno a cada oito meses. A duração do poltergeist pode ser de um dia até dezoito meses. Um caso, excepcionalmente, durou doze anos. Em uma dessas ocasiões, um fotógrafo foi atingido por um objeto na testa, quando registrava o fato em uma casa.

Quase sempre, os responsáveis pelo poltergeist são mulheres, crianças e adolescentes. A média da idade das pessoas pesquisadas varia entre doze e dezessete anos. Em sua maioria, passavam por graves problemas afetivos ou estresse.

A forma atípica do fenômeno é quando o resultado atinge o agente. Em Sorocaba, cidade do interior de São Paulo, o fenômeno deslocou móveis, feriu os animais domésticos e a agente era uma jovem de doze anos. Em outra ocasião, esta jovem teve seu rosto queimado com água fervente, quando teve a chaleira arrancada das suas mãos. Os familiares estavam sempre mudando, achando que o problema era com a casa, mas tudo continuava acontecendo.

Na Bahia, a casa de Raimundo Moreira Vaz, morador da fazenda Lagoa do Mato, a um quilômetro de Euclides da Cunha, onde há cem anos ocorreu a Guerra dos Canudos, ganhou fama ao ser atingida por uma chuva de pedras, combustão espontânea, aparecimento de balas de revólver, cartuchos de pólvora, redes, panelas amassadas, marretas, facões e vários tipos de artefatos que foram usados na rebelião de Canudos. Surgiram do nada. Acredita-se que o agente era o filho de Raimundo, o caçula Adelson, de treze anos.

Na verdade, estudando estes fenômenos podemos ter uma idéia do nosso poder mental e verificar que o homem é um ser bem mais complexo do que acredita a ciência clássica.
Fonte, mais e mais

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Quando a Ciência se rende ao Sobrenatural

O jornalista Geraldo Menezes Barbosa explora os milagres Maria do Carmo em novo livro

A vinda do Papa ao Brasil confirmou, através de pesquisas motivadas pela visita, que o país ainda é em sua maioria católico. A formação do povo brasileiro se deve à religião que ao mesmo tempo que prega a caridade e a misericórdia, castiga seus “filhos desobedientes” - como aqueles que afirmam serem iluminados. Não raro, porém, alguns desses filhos conquistam o carinho e a atenção de outros católicos, estimulados pela impossibilidade de dúvida quanto a seus atos e pela humildade com que convivem com seu “presente divino”.

Maria do Carmo é uma dessas pessoas. Mulher franzina, da voz de criança, cabelos pretos e olhos serenos, ela não alardeava, mas era dotada de um dom raro: com uma visão privilegiada, atravessa o corpo do visitante e descobre, como um Raio X, doenças da alma e do corpo. Em Juazeiro do Norte, sua terra natal, a mulher começou a ser conhecida no final da década de 50, história agora imortalizada no livro “A um Sopro do Infinito”, do jornalista e dentista Geraldo Menezes Barbosa, que acompanhou, durante mais de duas décadas, os eventos sobrenaturais provocados pela mulher semi-analfabeta. O livro será lançado hoje às 19h30, no Centro Cultural Oboé. Antes da sua apresentação, Samira Denoá abrirá a noite com seu canto lírico, e logo após o maestro Gladson Carvalho fará seu concerto.

A mando do “Pai do Céu”

O primeiro contato do dentista Barbosa com a mulher de voz infantil foi no próprio consultório. Ela o procurou, a mando do “Pai do Céu”, para a extração de alguns dentes. Passada a impressão inicial, de incredulidade, o dentista a observou melhor, e o efeito foi tamanho sobre ele - e não só, sua secretária e sua filha Solange também ficaram abismadas - que ele não parou um só minuto de pensar nela. “Quando vi aquela mulher falar sobre temas bíblicos, uma mulher semi-analfabeta, que vinha da roça, falar sobre Tomas de Aquino, achei uma coisa muito estranha”, lembra.

A iniciatava de procurar a mulher talvez não tenha sido de todo estranha. Juazeiro do Norte é uma cidade diferente, cheia de religiosidade, de misticismo. Foi ali que o jovem Geraldo cresceu, junto de outro elemento que o marcaria por toda a vida: o jornalismo. O pai era dono do jornal “Joazeiro do Cariri”. Quando foi estudante manteve a verve jornalística, até hoje praticada na Rádio Progresso de Juazeiro.

E com essa curiosidade, Barbosa acompanhou Maria do Carmo. Ao longo dos anos, ela conquistou diferentes tipos sociais, do mais humilde ao da mais alta posição social. Milhares de pessoas foram consultadas por ela, que obedecia a um cotidiano rígido: todos os dias, até às 18h, fazia suas receitas. Depois, era momento de suas orações. Inúmeras vezes Barbosa sentaria a seu lado, escrevendo nomes de remédios. “Ela não sabia nem ler nem escrever, e receitava na hora. Eu perguntava: ‘Maria, como é que você sabe?’. Ela respondia: ‘Está vindo, doutor, está vindo uma irradiação do Pai do Céu’”, relembra.

A polêmica não abala o autor, que, apesar disso, tomou algumas precauções. Como escrever em terceira pessoa, por exemplo. “Se eu fizesse como biografia, eu pareceria um fanático, um comprometido com aquela história. E hoje, toda vez que se fala em sagrado, há aquele temor de uma parte e aquela crítica severa de outra”. A idéia, no entanto, era a de se valer da credibilidade como cientista para abrir a discussão sobre o que é ficção, o que é fato na vida dessa mulher. “Uma grande oportunidade de descobrir se nós temos um espírito é através dos contatos de pessoas que aparecem naquela sobrenaturalidade, como Maria do Caro”, afirma. “Esse livro vai suscitar muitos comentários, exatamente por aqueles que ainda se sentem insensíveis a essa transcendência”, espera o autor.

LIVRO: Realce 2007 - 1250 páginas - R$ 20. "A um Sopro de Infinito", de Geraldo Menezes Barbosa

Serviço:
Lançamento do livro ´A um Sopro do Infinito´, de Geraldo Menezes Barbosa, no Centro Cultural Oboé, hoje, às 19h30. No lançamento, apresentação da cantora lírica Samira Denoá e do maestro Gladson Carvalho. Rua Maria Tomásia, 531. Mais informações: (85) 3264.7038

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Exorcismo: a realidade mais perto do que você imagina

A luta do bem contra o mal é um assunto que sempre esteve presente na vida do Homem. E a expulsão do mal, representado pelo demônio, tem causado muita discussão do ponto de vista religioso. Só a palavra exorcismo já denota um ar sobrenatural, de terror. Na prática, o exorcismo é o ato de expulsar, ou repelir os demônios ou espíritos malignos que estejam em pessoas, lugares ou coisas.
Várias filmes baseados em histórias reais aguçam a imaginação popular quanto ao desconhecido. Um deles é “O exorcismo de Emily Rose”, que relata a história de uma menina americana que teve seu exorcismo gravado. O principal questionamento é se havia a possessão por forças demoníacas, ou se a menina estaria doente e abandonou o tratamento médico que poderia salvá-la.
Apesar dos avanços da ciência para os 'males espirituais', o exorcismo acontece ainda hoje. Um dos conhecedores do assunto é o padre xaveriano Giovanni Mezzadri, responsável pela Paróquia Santana, de Laranjeiras do Sul. Há 25 anos, ele começou a atuar na expulsão de demônios. Apesar de não ser o exorcista oficial da Diocese de Guarapuava, ele já resolveu quatro casos em um ano e meio, nas cidades vizinhas. “Acredito porque vi. Em alguns casos mais graves e difíceis, pedi a permissão do Bispo e outras vezes solicitei ajuda a dois padres exorcistas, de Prudentópolis”, relata.
De acordo com Mezzadri, existem sinais que o sacerdote com um pouco de experiência consegue detectar para distinguir quando o caso é possessão ou problema de saúde. O sintoma mais significativo é a aversão ao sagrado: Bíblia, terços, medalhas, água benta, velas, relíquias bentas de santos e sobretudo a missa e a Eucaristia são rejeitados. Para ele, também é possível identificar a possessão através da demonstração de força descomunal, arrotos, ataques de sono e vômito de objetos estranhos como cabelos, pregos e pedaços de vidros. “Como o exorcismo não serve quando a pessoa é doente, também a medicina não resolve quando a pessoa está possuída pelo demônio”, defende o padre.

Ocultismo
As manifestações frequentes e ação extraordinária da possessão, conforme o padre, acontecem para que os homens percebam que o demônio existe. Na sua opinião, os cristãos devem fugir das práticas de ocultismo, magia, superstições, “brincadeiras do copo” e feitiçaria, que movimentam bilhões de reais, diminuindo a fé. “Este tipo de atitude é a porta de entrada para o demônio”, prega. O assunto, segundo ele, deve ser tratado com o máximo de discrição para evitar a mídia para Satanás.

Culto
O pastor da igreja Assembléia de Deus, Dario de Oliveira França afirma que o poder da expulsão do demônio não é específico para uma ou duas pessoas, mas para todos os que crêem no nome de Jesus. A Assembléia de Deus não tem a prática de fazer exorcismo, mas de pregar o Evangelho, e junto com a pregação, a libertação. “Oramos pelas pessoas. Se existe demônio e se ele se manifestar, será expulso em nome de Jesus”. Na sua avaliação, os cultos realizados especificamente para a expulsão do demônio fogem às regras bíblicas. “Não nos reunimos para expulsar demônios, mas para cultuar a Deus. Somente Ele merece ser cultuado”.

Ciência
A ciência não acata a teoria espiritual que envolve a possessão e o exorcismo. Na psicologia e psiquiatria seriam transtornos mentais graves as manifestações em que a pessoa apresenta agressividade, alteração da voz e amnésia temporária. “Estas situações são geradas por crises baseadas em transtornos mentais como esquizofrenia e psicoses”, avalia o psicólogo Fernando Barcellos.
Segundo ele, a doença não não surge de um momento para outro, mas desde a infância. “A família deve procurar atendimento médico”, recomenda. “A pessoa em uma crise desta, precisa de avaliação psiquiátrica e uso de medicamentos para que seja acalmada e possa voltar à realidade. Na maioria das vezes é necessária a internação”. Entender o motivo da crise, também é uma questão recomendada à família, já que não existe um tempo determinado para o tratamento.
Do ponto de vista da psiquiatria, as crises agressivas onde a força da pessoa se 'duplica', na verdade seriam uma concentração da energia. “Ela não fica mais forte, mas utiliza toda sua força muscular. Às vezes precisa contenção e o auxílio da Polícia Militar e uso de camisa de força”. Conforme Barcellos, este tipo de situação é comum.

PS.
Só quem já passou por isso ou conhece alguém que tenha tido um 'problema' desses é que sabe o quanto esses tratamentos psicológicos e psiquiátricos são ineficazes e ineficientes.
É como o padre disse, "Assim como a religião não cura doenças, a ciência não pode curar o espírito."

Fonte

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Manuscrito de Newton traz data do apocalipse

Imagens divulgadas hoje pela Biblioteca Nacional de Israel mostram três manuscritos atribuídos a Isaac Newton nos quais ele calcula a data aproximada do apocalipse. O material traz também detalhes precisos de um antigo templo em Jerusalém e interpreta passagens da Bíblia.

Os documentos, exibidos nesta semana pela primeira vez, expõem o lado religioso pouco conhecido de um dos maiores cientistas da história. Newton, que morreu há 280 anos, é conhecido por seus trabalhos fundamentais da física moderna, astronomia e matemática.

Em um dos manuscritos, datado do começo do século XVIII, Newton, por meio dos textos bíblicos do Livro de Daniel, chega à conclusão de que o mundo deve acabar por volta do ano de 2060. "Ele pode acabar além desta data, mas não há razão para acabar antes", escreveu.

Em outro documento, o cientista interpreta as profecias bíblicas que contam sobre o retorno dos judeus à terra prometida antes do final do mundo. Segundo ele, se verá "a ruína das nações más, o fim do choro e de todos os problemas, e o retorno dos judeus ao seu próspero reino".

Uma das curadoras da exposição, Yemima Ben-Menahem, diz que os papéis de Newton complicam a idéia de que a ciência é exatamente oposta à religião. "Estes documentos mostram um cientista guiado por um fervor religioso, por um desejo de ver as ações de Deus guiando o mundo", disse.

Os manuscritos, comprados da Inglaterra em 1936, estão na Livraria Nacional desde 1969.

Michelson Borges

terça-feira, 12 de junho de 2007

Fé, Razão e História da Terra

Essa obra é caracterizada pela abrangência dos temas, a qualidade das informações, bem como o espírito despretensioso e verdadeiramente imparcial, o que a coloca como uma das melhores contribuições àqueles que, sinceramente, se interessam pela associação coerente e sustentável entre os conhecimentos científico, filosófico e religioso.

As instituições de ensino e pesquisa no mundo, e particularmente no Brasil, carecem de literatura como essa, em que as questões ligadas às origens (campo das ciências naturais) sejam abordadas de maneira ampla, honesta e isenta.

Leonard Brand elaborou esse excelente livro fundamentado em pesquisas científicas pessoais (meticulosamente desenvolvidas), em sua experiência como docente e na utilização de informações pertinentes, oriundas de textos criteriosamente selecionados.

A utilização de boa didática e ilustrações apropriadas favorece uma leitura agradável, elucidativa e acessível, tanto àqueles iniciados, como aos mais experientes nos temas ligados ao confronto entre ciência e religião ou à controvérsia Criacionismo versus Evolucionismo. O autor considera mais apropriado utilizar o termo “Intervencionismo Informado” em substituição ao “Criacionismo”.

Questões filosóficas, teológicas e científicas são expostas com habilidade e de maneira interligada, o que é fundamental quando se busca compreender eventos pretéritos, em que os limites da própria ciência são ultrapassados.

É interessante notar, como se pode verificar em muitos dos livros congêneres, a ênfase dada aos conhecimentos pertinentes à geologia, sendo que a maioria dos correspondentes autores, como Brand, desenvolveram suas carreiras universitárias no campo das ciências biológicas. Dentre os possíveis motivos para o referido destaque, mencionam-se pelo menos dois:

1. No confronto entre o Criacionismo e o Evolucionismo a natureza dos fósseis (paleontologia) e a datação radiométrica (tempo geológico) assumem papel relevante. Se, por um lado, o estudo do registro fóssil pertence a uma interface entre a biologia e a geologia, por outro, a geocronologia padrão é assunto exclusivo da geologia;

2. Importantes evidências científicas do Criacionismo encontram-se na geologia. O autor – biólogo criacionista – evidentemente explora muito bem essa realidade, dedicando quatro capítulos aos temas geológicos e significativas partes de outros à paleontologia.

Uma interessante estratégia é ainda adotada por Leonard Brand ao interpretar os dados, fatos ou fenômenos naturais. As informações daí advindas são subdivididas em três categorias, correspondendo às evidências: (a) favoráveis ao Criacionismo; (b) neutras; (c) úteis ao Evolucionismo.

No entanto, os critérios subjetivos, adotados para a referida classificação são passíveis de questionamentos, especialmente quando se procura, sistematicamente, contrabalançar as evidências a favor do Criacionismo com aquelas favoráveis ao Evolucionismo. Tal postura, provavelmente, reflita uma tentativa de se diferenciar de um criacionismo radical e ufanista (muito comum no país do autor) que, em muitos casos, dificulta um diálogo honesto e respeitoso com cientistas evolucionistas.

Pelo seu rico conteúdo, esse livro certamente constitui uma importante referência aos interessados e estudiosos dos temas ligados às ciências das origens. No entanto, esse expressivo potencial poderia ser melhor explorado se o autor tivesse dedicado um espaço mais amplo (maior diversidade de termos) para o índice remissivo.

Fé, Razão e História da Terra – um dos poucos livros do gênero, escrito por um cientista honesto e criterioso – que se pode recomendar tanto aos estudiosos do Criacionismo como àqueles pesquisadores evolucionistas que ainda resistem em conhecer o outro lado.

(Dr. Nahor Neves de Souza Júnior, geólogo com doutorado em Geotecnia pela USP e professor de Ciência e Religião no Unasp, Campus Engenheiro Coelho, SP)

Como conseguir o livro



segunda-feira, 11 de junho de 2007

Bruxas Modernas


Esqueça as piaçavas. As bruxas de hoje não voam pelos céus montadas em vassouras para encontrar suas companheiras de magia - elas mandam e-mails, enviam mensagens pelo MSN, deixam recados no Orkut. Feiticeiras modernas também não se reúnem às escondidas no breu das florestas. A 3ª Conferência de Wicca & Espiritualidade da Deusa, que pretende atrair de 600 a 800 praticantes e simpatizantes, em junho, acontecerá em um hotel no centro de São Paulo. A escritora inglesa Janet Farrar, autora de A bíblia das bruxas, já confirmou presença e será o grande destaque entre os palestrantes. "É o maior evento da wicca na América Latina", garante Claudiney Prieto, idealizador do encontro e autor de oito livros sobre o tema, entre eles Wicca - a religião da deusa, que está na 12a edição e já vendeu mais de 30 mil exemplares.

Fundada nos preceitos do antigo paganismo, a wicca, também chamada de bruxaria moderna, é considerada por seus adeptos uma religião. Ela se baseia no culto à natureza e à deusa-mãe, uma divindade feminina que seria a responsável pela criação de tudo na Terra. Livres da ameaça de arderem em fogueiras, as feiticeiras da atualidade podem ostentar sem medo seus pentagramas, o símbolo dos bruxos. Uma pesquisa da Universidade da Cidade de Nova York, de 2001, apontou que a wicca, com 134 mil adeptos, era a religião que crescia mais rapidamente nos Estados Unidos. No site de relacionamentos Orkut existem 875 comunidades em português relacionadas à wicca. A maior delas, denominada Sociedade Wicca/Bruxaria, tem mais de 25 mil integrantes. ...

Como todo fenômeno pop que se preze, a bruxaria faz sucesso também no cinema (Harry Potter e o cálice de fogo, o quarto filme da saga, arrecadou mais de US$ 600 milhões no mundo) e na televisão (em séries como Charmed, que durou oito anos, e na nova novela das seis da Globo, Eterna magia, que tem como protagonistas duas irmãs praticantes de wicca). Mas as bruxas parecem não estar muito empolgadas com o súbito interesse global pelo assunto. "A novela deve aumentar o número de pessoas que querem ser bruxas pelo modismo", afirma a bailarina Gleice Lemos Frioli, 28 anos, praticante de wicca há 13.

"Assisti ao primeiro capítulo mais por curiosidade. Não tenho tempo para televisão. Uma bruxa moderna tem de estudar muito e trabalhar mais ainda", explica a secretária e professora de dança do ventre Rose Terra, 41 anos, wiccaniana há 12. Os adeptos se dedicam aos rituais, que não mudaram tanto assim: eles ainda envolvem caldeirões e poções, porém registram esses momentos com suas câmeras digitais. Os principais celebram as luas cheias do ano (os esbats) e as mudanças de estação (os sabbats). Os seguidores podem praticar os ritos sozinhos ou se reunir em covens, os grupos de bruxos que se socializam e fazem encontros coletivos. Para isso, basta uma chamada pelo celular.

(IstoÉ 28/5/2007)